terça-feira, 4 de outubro de 2011

Outubro: Mês Missionário


“Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês” (Jo 20,21).
  
O mês de Outubro, segundo a tradição da Igreja Católica do Brasil (CNBB), é destinado à Missão, que tem por finalidade anunciar a Palavra de Deus e revigorar na Igreja a consciência missionária.
Todos os batizados são responsáveis ao anúncio, portanto todos são missionários, colocando a disposição do Reino nossos dons a serviço em diversos lugares, tendo como objetivo criar comunhão, que nasce do próprio Mistério de Deus, não preocupando-se em excluir ou criar poder, mas abraçar com o amor de Deus a todos, especialmente os pobres e aos que sofrem.
È levar luz e esperança às pessoas que vão perdendo a própria identidade, sob influência de uma cultura secularizada. È não se cansar de anunciar e convidar a todos os cristãos a redescobrirem o fascínio de seguir Cristo (Verbum Domini).
Para que possamos aprender com as experiências e ser testemunha desta Palavra que nos dá vida e vida em abundância.
Enfim, para que possamos ser fiéis ao nosso Batismo e levar a todos e todas este amor incondicional de Deus , no qual todos são chamados a Evangelizar.


“O coração da missão não é sair, partir, anunciar o Evangelho, mas tornar-se discípulo e convidar outros a se tornarem também” –  Pe. Helder Salvador


Cristian Vieira Batista - Seminarista da Diocese de 
Cachoeiro de Itapemirim - ES - Ano Propedêutico

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Setembro - Mês da Bíblia

Tema: Travessia: Passo a passo o caminho se faz
Lema: Aproximai-vos da presença do Senhor (Ex 16,9)

Inicia-se em setembro um mês carregado da alegria da primavera e, também, um mês no qual temos a Bíblia como centro das atenções na Igreja.
Neste mês, a proposta é o estudo de alguns capítulos do Êxodo, a saber, Ex 15,22 – 18,27. O Êxodo é um dos eventos fundantes de Israel e fundamental para a fé bíblica. È um acontecimento que perpassa a Bíblia e que nos indica, a cada momento, a ação libertadora de Deus em favor do seu povo e a certeza de sua presença constante, nos inúmeros êxodos da nossa vida. Portanto, estudá-lo é retomar as origens, é reafirmar em nosso interior a fé num Deus que escuta o clamor do povo, vê sua aflição e desce para liberta-lo.
O livro do Êxodo celebra a fé e manifesta a intervenção de Deus, nos acontecimentos humanos. Esta fé nasceu de um acontecimento histórico, em que Deus e o povo se uniram para a conquista da liberdade. Deus escuta o clamor do seu povo, escravo e oprimido no Egito, e une-se a ele num ato de libertação, a fim de que o povo possa sair da terra em liberdade e encontrar a vida.
No decorrer da travessia o povo enfrenta a dificuldade de ser livre e olha para trás, desejando voltar para sua condição e escravo, por medo de enfrentar os novos desafios que a liberdade traz. A escravidão não implica perigos, desde que haja subserviência e obediência cega. A liberdade, por sua vez, implica responsabilidades e riscos. è necessário construir o seu próprio projeto e, para isso, é preciso acreditar em si.
Durante o longo trajeto pelo deserto, o povo é chamado a construir uma sociedade em que não há acúmulo, opressão ou desigualdade, pois cada um recebe exatamente o que necessita para viver (maná), aprende na fidelidade de Deus e é chamado a obedecer a seus mandamentos.
E neste sempre renovado êxodo, a palavra do Papa ajuda-nos a encerrar a reflexão: “Portanto, anunciar a Palavra de Deus começa sempre por nos pedir a nós mesmos um renovado êxodo, deixando nossas medidas e as nossas imaginações limitadas para abrir espaço em nós à presença de Cristo – Palavra Eterna do Pai”.
Que neste mês da Bíblia, a Palavra de Deus alargue mais e mais os horizontes, deixando a Palavra criadora recriar no caminho que leva todas as pessoas ao encontro do Pai.


Fontes:
Serviço de Animação Bíblica (SAB) – Paulinas, 2011
Jornal O Diocesano, Diocese de Cachoeiro de Itapemirim - ES 

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sobre a Igreja


“O vinho velho é melhor”. (Lc 5,39)

            A Igreja é a presença do Reino de Deus? Jesus falou do Reino de Deus como uma semente na terra: “Dorme, levanta-se de noite e dia, e a semente brota e cresce... a terra por si mesma produz primeiro a planta, e depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga”. (Mc 4,36-29)

            A Igreja é a presença do Reino de Deus? Ele é a terra disforme e deserta; as trevas e a luz; o firmamento e as águas; a árvore e o fruto; as estações, os anos, a noite e o dia; os seres viventes, pássaros, monstros marinhos e peixes; as feras, os répteis,  homem e a mulher. (Gn 1)
            O Reino de Deus é aquilo que nós conhecemos do universo e que para nós é mistério. Aquilo que cala e vive o silêncio.           
            È êxtase do místico e a contemplação solitária da montanha. È o bem consciente e responsável e o instinto materno dos animais.
            È a viagem de um Papa e a estabilidade monótona de um camponês.
            È a ânsia de paz no coração do homem e a violência magnífica do mar agitado.
            È a caridade das bem-aventuranças e a mansidão daqueles que não têm voz, não podem gritar e dos entristecidos. Não podemos reduzir o sacrifício da cruz e a alegria da ressurreição de Cristo somente homem, ao batizado e à Igreja. Isso, o sabemos, mas quando se trata de aceitar e ajudar a caminhar, a apoiar e a defender o Reino de Deus, corre-se a tentação de ficar do lado dos mais poderosos.
            A Igreja no Reino de Deus é a esposa, a via mestre... È o olhar terno de Cristo, não a plenitude do Cristo... Porque Nele está o presente: o batizado e o ateu; o desesperado e o enforcado; aquele que freqüenta a Eucaristia e o ausente... Desde quando Ele se encarnou e nos redimiu, nada lhe é estranho.
            È a garoa e o sangue do mártir. È o Chico Mendes como Francisco de Assis. È a paixão de Romeu e Julieta como aquela de Catarina de Sena que admoestou até o Papa em sua época.
            Cristo está na Igreja... como a força vital, a pedra angular e o fundamento estável. A sua estatura vive na comunidade dos batizados; mas ultrapassa a estrutura sacramental, ou seja, tudo é sacramento eficaz do seu amor.
            Cristo é livre, mesmo se a sua voz se escuta às vezes com autoridade por parte daqueles que não têm poder sobre Ele. Mesmo se pequeno, humilde, obediente e sacramento institucionalizado... Ele caminha glorioso e despojado para o homem e os cosmos.
            Vai mais além dos conventos e mosteiros, igrejas e catedrais. Encontra-se nas estradas, nos buracos, nas flores e no homem discriminado. No crente e naquela que espera ansioso a sua manifestação gloriosa... Não é panteísmo. È a glória de Deus que tudo preenche.
            A Igreja é a esposa eleita, a via mestra, o doce olhar do Senhor, a sua voz... Mas o Reino de Deus cresce também com aqueles que não estão na Igreja: no ignorante e no sábio famoso. Naquele que tem fome e não sabe como acreditar em quem tem sede e não sabe como rezar.
            O Reino de Deus é mais ‘indefeso’ do que a Igreja. Não possui homens formados, cultos, diplomáticos e consagrados. È a crus nua, obediente como o amor e alegre como a ressurreição.
            È o ritmo da semente sobre o qual ninguém tem poder, ninguém sabe como cresce... è presente, vivo e atual.
            A Igreja é a fortaleza onde o depósito da Palavra de Deus é guardado e bem interpretado. Mas quem planta, semeia, irriga e faz crescer... é o semeador desconhecido (Mc 4) que arando a terra do Reino de Deus, se faz semente, chuva, consolação e dom.


Ver. Arquimandrita Theodoro de Oliveira
Fundador F.M.C. / www.splaghynia.com

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Agosto: Mês Vocacional

       Para nós, católicos, o mês de agosto é conhecido como vocacional. A palavra vocação faz muitos pensarem que isso é “coisa” de padre e irmã, porém, o termo é bem mais amplo e não se restringe a uma ou outra vocação. Sabemos que é Deus que chama, este chamado leva em conta a pessoa em sua totalidade, começando pelo nome, passando pela família e pela sua história. Nada fica de lado em sua vida. Todos são chamados, todos são convidados a responder ao Deus da vida. Precisamos descobrir como responder a este convite divino. È normal que por vezes sintamos medo de errar ou não nos consideramos capazes de responder. Porém, se Deus chama para algo é porque somos capazes, Aquele que nos criou nos conhece profundamente. Deus não escolhe apenas um “tipo” de pessoa, mas, seu chamado é para todos, sem exceção.
           
Propostas:
            Os caminhos que Deus propõe a cada pessoa têm ligação com a harmonia da criação. Vejamos: 1. “...E Deus disse: crescei e multiplicai-vos...” (Gn 1,28). Para isto acontecer, Ele convida pessoas, que através do amor mútuo, numa vida a dois, dêem vida e novos seres – é a Vocação ao Matrimônio. 2. O ser humano é composto de corpo e espírito; ambos convidados a crescerem e a se desenvolverem no seu todo. Para o corpo temos o alimento, mas alguém deve ocupar do nosso aspecto espiritual. Eis então, que alguns são chamados à Vocação Sacerdotal, com missão de cuidar do ser humano como um todo. 3. O ser humano foi criado para a eternidade que herdou como filho e filha de Deus pelo batismo. Quem irá nos lembrar disso? São as pessoas que Deus chama à Vida Consagrada (Mt 19,21). Os religiosos e as religiosas, com seu testemunho de vida na prática dos Conselhos Evangélicos de pobreza, castidade e obediência, continuamente lembram a todos que esta vida passa e que é preciso viver de acordo com a Lei de Deus, para alcançar a vida eterna – é a Vocação à Vida Consagrada. 4. E temos ainda a Vocação Laical. São homens e mulheres, casados ou solteiros que, sentindo um chamado especial de Deus, colocam-se a serviço dos irmãos e irmãs, nos âmbitos da Igreja e mesmo da sociedade: são os/as catequistas, liturgistas, ministros... e todos os que se dedicam às instituições de caridade.
            Deus pôs no coração de cada um, o insaciável desejo de felicidade. Colocou e ainda coloca diante da pessoa, vários caminhos para que, conhecendo-os possa escolher, e assumindo-os, possa encontrar a sua realização.




Rosa Clara Franzoi, MC, é animadora vocacional
Patrick Gomes Silva, imc, é diretor do Centro Missionário José Allamano

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fé...Louvor e Adoração - Castelo - ES

       Mais de 70 mil pessoas estiveram presente em Castelo para celebrar com muita Fé a Solenidade do Corpo e Sangue de Jesus Cristo.
       Com muito brilho e com temas atuais, os tapetes levaram ao povo, um momento de reflexão sobre os problemas existentes em nossa sociedade contemporânea . E também a devoção dos fiéis neste momento foi de muito louvor, Fé e Adoração...A festa de Corpus Christi foi encerrada com Missa Solene presidida por nosso Administrador Diocesano Pe. Antonio Tatagiba Vimercat e co-celebrada pelos padres da Paróquia Nossa Senhora da Penha e demais padres da região. 
       Quem esteve presente pôde adorar com muito amor, Jesus na Hóstia Santa.  
       Sem duvida este momento foi de Fé, Louvor e Adoração.































quarta-feira, 22 de junho de 2011

Corpus Christi

 CORPUS CHRISTI – A grande festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus Cristo

“Eu sou o pão vivo que desceu do céu, quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo”. (Jô 6,51)

            Esta celebração recorda o mistério da encarnação de Jesus, que veio ser o nosso companheiro e alimento em nossa caminhada diária de peregrinos que somos neste mundo.
            Através da eucaristia que é o banquete sagrado no qual a assembléia participa dos bens, do sacrifício pascal e renova a aliança feita por Deus com toda a humanidade uma vez e para sempre no sangue de Cristo. È essa comunhão diária com Jesus, que nos remete a uma presença viva, é isto que nos dá força e coragem.
           

“A Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo foi instituída pelo Papa Urbano IV, em 1264, a partir de uma festa já existente na Diocese de Liege, Bélgica, de onde o papa provinha”.


            Naquele ambiente havia dúvidas sobre a presença real de Jesus na Eucaristia, e surgiram heresias que a negavam... um acontecimento extraordinário vivido como a transformação da hóstia em carne e sangue durante uma missa celebrada em Bolsena, Itália, pelo sacerdote Pedro de Praga, em 1263, que antes duvidava da presença de Jesus no pão consagrado; todo esse contexto levou à celebração dessa festa solene Procissão, o que, aos poucos, foi se consolidando por toda a Igreja Católica. Os objetivos declarados eram honrar e adorar Jesus Cristo, pedir perdão pelos pecados e ofensas a Deus como também reafirmar celebrativamente a presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento.
            As reflexões a seguir são inspiradas numa homilia do então cardeal Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI.

Três pilares constituem o sentido dessa Festa:
1°. Reunião em torno do Senhor e, ao mesmo tempo, o estar de pé junto aos irmãos.
2°. Caminhar com o Senhor, conduzidos por Ele.
3°. Ajoelhar-se diante do Senhor, prostração e glorificação jubilosa na sua Presença.

1°. Estar junto ao Senhor: Estação
            “O pão que partimos não é o Corpo de Cristo? Já que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que participamos desse único Pão”. (1 Cor 10, 16b-17)
            Alimentando-nos do mesmo Pão, o Corpo do Senhor, tornamo-nos um só organismo vivo, nós participamos de Sua divindade, somos assumidos nEle e na sua Unidade com o Pai e o Espírito Santo.
             A Festa da Eucaristia nos congrega, a nós, tão solitários na grande cidade, individualizados e com dificuldade de comunicação. O Senhor, com seu Amor e pela sua Palavra , nos faz entrar em comunhão. Estamos de pé junto a Ele e uns junto aos outros, prestando mútuo reconhecimento e buscando conviver sem violência, na Igreja e na sociedade.

2°. Caminhar com o Senhor: Procissão
            “Senhor, a quem iremos? Tens palavras de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que és o Santo de Deus”. (Jô 6,68)
            Para nos encontrarmos, tanto existencial como fisicamente, é pressuposto um movimento no qual cada um deve sair de si e ir em direção ao Senhor e aos outros: deixar as seguranças enrijecidas e dissolver idéias de denominação, fruto do medo de perde-se e do medo do confronto com os diferentes...
            Buscar o Senhor e, porque Ele está conosco na sua inabarcável grandeza e misericórdia, buscar as outras pessoas, seus estranhos pontos de vista e modos de interpretação.
            Confiar naquele que se faz Pão para nós nos abre para um movimento de ouvir, de acolher, de superar o unilateral e imposto ditado, nos liberta das duplas e triplas máscaras e armações.
            A procissão eucarística de Corpus Christi significa não apenas caminhar em direção ao Senhor, mas ir adiante com Jesus. A procissão é um aspecto do acontecer eucarístico: o Senhor, que é Pão para nós é também aqui aquele que indica o Caminho, é Ele que nos conduz. Assim como o Povo de Israel, nós também, a Igreja, atravessamos desertos. Em paisagens confusas, a Palavra de Jesus é nossa Orientação, onde falata alimento e nos encontramos famintos e sedentos. Ele é nosso Pão da Vida. Podemos encontrar a terra da liberdade e, depois de graves perdas, outra vez reconstruirmos porque não vivemos só do pão, mas da Palavra de Deus, nossa Força de Vida.
            Nossa vida toda é peregrinação que somente não se perde no abismo e pode alcançar a terra da promessa se estiver sob a condução daquele que é Pão e Palavra, sustento, conforto, direcionamento. Caminhar com o Senhor é o sinal e a tarefa desse dia.
           
3°. Ajoelhar-se diante do Senhor: Adoração
            “Diante de mim se dobrará todo joelho”. ( Is 45,23)
            “Ao Nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra e debaixo da terra”. (Fil. 2,10)
            Na Eucaristia está presente o próprio Senhor e então a atitude que nos corresponde é a Adoração. Receber o Senhor que se dá a nós significa ao mesmo tempo prostrar-se diante dele como nossa medida, glorifica-lo amorosamente, adora-lo num encontro desses dois movimentos: amor e reverência.
            È diante de nosso Criador e Salvador que nos ajoelhamos, com amor e obediência: na sua Verdade está garantida a liberdade e também a nossa recusa de submissão servil a poderes humanos que pretendam tolher nossa dignidade.
            Além disso, nós nos prostramos diante daquele que se ajoelhou para nos lavar os pés e por isso não somos escravizados, mas transfigurados por ele, na sua Luz e na sua Graça.
Fonte: Todo conteúdo foi retirado da Revista Vitória
Pe. José Pedro Luchi
Ano VI     /      n°. 5      /         JUNHO  de 2011


    

quinta-feira, 12 de maio de 2011

O vírus da Vocação

Normalmente, é durante a juventude que o vírus ataca, levando o “paciente” a procurar tratamento.

É próprio de nós, jovens, nos perguntarmos sobre o que é vocação. As respostas que damos, normalmente são muitas e diversas. O fato é que continuamente nos confrontamos com dilemas que não são simplesmente profissionais; são dilemas que se referem mais ao ser do que ao fazer. Para que você, amigo jovem, possa compreender um pouco mais sobre tudo isso, basta que fique “esperto” com relação ao vírus da vocação.

O que é o vírus da vocação?
É um vírus que ataca a todos, em especial a nós, jovens. Do ponto-de-vista psicológico, poderíamos dizer que ele se refere às características ou aptidões individuais que cada um de nós tem para desempenhar, com eficiência e qualidade, atividades que nos trazem realização pessoal. As habilidades se juntam ao gosto pessoal. Assim, um tem gosto e habilidades para ser jogador de futebol, outra para ser atriz, outro para ser sociólogo e assim vai. Poderíamos apresentar este vírus como o gosto e as capacidades para realizar um serviço que nos traga satisfação pessoal.

Mas podemos pensar este vírus de uma forma mais ampla, se levarmos em conta que o ser humano é também espiritual e, portanto, aberto ao transcendente e ao diálogo com Deus. Neste caso, a vocação se apresenta como um encontro entre Deus e o ser humano; Deus chama e a pessoa responde. Tendo presente que sempre que Deus chama alguém, é para confiar-lhe uma missão, podemos dizer que este encontro nos levará a realizar um serviço concerto no mundo, que não apenas nos traz realização pessoal, mas que seja também um real serviço aos nossos irmãos.
É bem verdade que nem todos somos chamados à mesma vocação, mas cada qual é chamado a desempenhar um papel no mundo e a deixar nele sua marca positiva na construção da história. Para alguns de nós esse chamado de Deus é mais comprometedor, para sermos sacerdotes, irmãos ou irmãs, missionários/as dispostos a dar a vida na construção do Reino.

Como o vírus é contraído?
É contraído através de nossas experiências pessoais e sociais que fazemos todos os dias, e de nossa abertura de coração à voz de Deus. Esse chamado pode vir por caminhos diversos: acontecimentos que marcaram nossa vida, apelos interiores através de uma voz que sussurra lá no fundo do nosso coração, pelo convite de outras pessoas, por uma leitura da palavra de Deus, pelo clamor do povo e outros mais. Pode ser contraído também pelo encantamento provocado pelo mistério trinitário: o esplendor do Pai, a missão do Filho e a força do Espírito Santo. Este vírus se instala em nosso organismo, ou mais especificamente, em nosso coração.
Quais os sintomas?
Os primeiros sintomas que indicam que contraímos o vírus da vocação são: dúvida, insegurança ou uma certa angústia. Queremos encontrar nosso caminho! Num segundo momento, estes sintomas, através da oração e da reflexão, vão se transformando em certeza, realização, convicção, satisfação ou uma sensação de felicidade. Sentiremos, então, uma vontade muito grande de vivenciar o amor cristão, que se transforma em ações vitais concretas em favor dos irmãos. Começamos a nos sensibilizar, a sentir compaixão e indignação diante do sofrimento e da angústia de nossos irmãos marginalizados, injustiçados e excluídos da sociedade.
Qual é o tratamento?
O paciente deverá se tratar com muita reflexão e com altas doses de entusiasmo, alegria e muita oração, além de uma busca incessante por sua realização existencial, tendo sempre Jesus como o grande médico. Mas não esqueça: em caso de sérias suspeitas de vocação sacerdotal, religiosa ou missionária, procure uma congregação que possa acompanhar e tratar seus sintomas.

Autor: Sedenir Fiore