domingo, 9 de outubro de 2011

Retratos da Vida...

“Das muitas coisas do meu tempo de criança, guardo vivo na lembrança...”

            Certa vez, estava na minha casa, juntamente com meus pais conversando com uns amigos seus. Lembro-me que estavam conversando sobre Deus e eu ali, sentado, só na escuta. O amigo virou-se ao meu pai e disse: “ás vezes fico pensando como pode ter pessoas que não acreditam em Deus”. Meu pai simplesmente confirmou acenando com a cabeça. Seu amigo então prosseguiu. “Eu olho para aquela moita de cana de açúcar lá no alto da lavoura e me pergunto: quem foi quem a adoçou? Quem fez todas as coisas com cada detalhe e nenhuma igual à outra?” Lembro-me que eu estava somente na escuta, quando que de repente, ele virou-se e disse: “não há outro mistério a não ser Deus, não pode ser uma explosão (Big-Bang) que resultou em todas as coisas”. E permanecemos ali, sentados, naquele silêncio, contemplando o doce da cana e por sua vez o próprio Deus.
         Anos se passaram e essas palavras ainda ressoam em meu coração, principalmente em meus momentos de dúvidas e questionamentos.  Quem há não ser Deus?  Para mim, não há outra “coisa” a não ser Deus para explicar tudo o que existi neste imenso  Universo.
      Às vezes em meio à correria do dia-a-dia, paro com essa pergunta diante da natureza, do canto dos pássaros e tudo o que me envolve e reflito: quem há não ser Deus, se tudo o que há e obra Dele, que às vezes deixo de olhar, refletir, e percebo no “olhar do meu coração” o quanto Deus nos ama e ainda há momentos em que nos sentimos sozinhos.
        Quem há não ser Deus, que nos ama e nos chama de filhos seus.

Cristian Vieira Batista

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Nossa Senhora Aparecida -Padroeira do Brasil

No dia 12 de outubro, comemoram-se três datas, embora poucos se lembrem de todas elas: Nossa Senhora Aparecida, padroeira oficial do Brasil, o Dia das Crianças e o Descobrimento da América. Nosso feriado nacional, no entanto, deve-se somente à primeira data, e, embora a devoção à santa remonte aos idos do século XVIII, só foi decretado em 1980.
Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma. Segundo estas fontes, em 1717 os pescadores Domingos Martins García, João Alves e Filipe Pedroso pescavam no rio Paraíba, na época chamado de rio Itaguaçu. Ou melhor, tentavam pescar, pois toda vez que jogavam a rede, ela voltava vazia, até que lhes trouxe a imagem de uma santa, sem a cabeça. Jogando a rede uma vez mais, um pouco abaixo do ponto onde haviam pescado a santa, pescaram, desta vez, a cabeça que faltava à imagem e as redes, até então vazias, passaram a voltar ao barco repletas de peixes. Esse é considerado o primeiro milagre da santa. Eles limparam a imagem apanhada no rio e notaram que se tratava da imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura.


Durante os próximos 15 anos, a imagem permaneceu com a família de Felipe Pedroso, um dos pescadores, e passou a ser alvo das orações de toda a comunidade. A devoção cresceu à medida que a fama dos milagres realizados pela santa se espalhava. A família construiu um oratório, que, logo constatou-se, era pequeno para abrigar os fiéis que chegavam em número cada vez maior. Em meados de 1734, o vigário de Guaratinguetá mandou construir uma capela no alto do Morro dos Coqueiros para abrigar a imagem da santa e receber seus fiéis. A imagem passou a ser chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome.
Em 1834 iniciou-se a construção da igreja que hoje é conhecida como Basílica Velha. Em 06 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e deixou para a santa uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com o manto azul. Em 8 de setembro de 1904 foi realizada a solene coroação da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e, em 1930, o papa Pio XI decreta-a padroeira do Brasil, declaração esta reafirmada, em 1931, pelo presidente Getúlio Vargas.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Outubro: Mês Missionário


“Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês” (Jo 20,21).
  
O mês de Outubro, segundo a tradição da Igreja Católica do Brasil (CNBB), é destinado à Missão, que tem por finalidade anunciar a Palavra de Deus e revigorar na Igreja a consciência missionária.
Todos os batizados são responsáveis ao anúncio, portanto todos são missionários, colocando a disposição do Reino nossos dons a serviço em diversos lugares, tendo como objetivo criar comunhão, que nasce do próprio Mistério de Deus, não preocupando-se em excluir ou criar poder, mas abraçar com o amor de Deus a todos, especialmente os pobres e aos que sofrem.
È levar luz e esperança às pessoas que vão perdendo a própria identidade, sob influência de uma cultura secularizada. È não se cansar de anunciar e convidar a todos os cristãos a redescobrirem o fascínio de seguir Cristo (Verbum Domini).
Para que possamos aprender com as experiências e ser testemunha desta Palavra que nos dá vida e vida em abundância.
Enfim, para que possamos ser fiéis ao nosso Batismo e levar a todos e todas este amor incondicional de Deus , no qual todos são chamados a Evangelizar.


“O coração da missão não é sair, partir, anunciar o Evangelho, mas tornar-se discípulo e convidar outros a se tornarem também” –  Pe. Helder Salvador


Cristian Vieira Batista - Seminarista da Diocese de 
Cachoeiro de Itapemirim - ES - Ano Propedêutico

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Setembro - Mês da Bíblia

Tema: Travessia: Passo a passo o caminho se faz
Lema: Aproximai-vos da presença do Senhor (Ex 16,9)

Inicia-se em setembro um mês carregado da alegria da primavera e, também, um mês no qual temos a Bíblia como centro das atenções na Igreja.
Neste mês, a proposta é o estudo de alguns capítulos do Êxodo, a saber, Ex 15,22 – 18,27. O Êxodo é um dos eventos fundantes de Israel e fundamental para a fé bíblica. È um acontecimento que perpassa a Bíblia e que nos indica, a cada momento, a ação libertadora de Deus em favor do seu povo e a certeza de sua presença constante, nos inúmeros êxodos da nossa vida. Portanto, estudá-lo é retomar as origens, é reafirmar em nosso interior a fé num Deus que escuta o clamor do povo, vê sua aflição e desce para liberta-lo.
O livro do Êxodo celebra a fé e manifesta a intervenção de Deus, nos acontecimentos humanos. Esta fé nasceu de um acontecimento histórico, em que Deus e o povo se uniram para a conquista da liberdade. Deus escuta o clamor do seu povo, escravo e oprimido no Egito, e une-se a ele num ato de libertação, a fim de que o povo possa sair da terra em liberdade e encontrar a vida.
No decorrer da travessia o povo enfrenta a dificuldade de ser livre e olha para trás, desejando voltar para sua condição e escravo, por medo de enfrentar os novos desafios que a liberdade traz. A escravidão não implica perigos, desde que haja subserviência e obediência cega. A liberdade, por sua vez, implica responsabilidades e riscos. è necessário construir o seu próprio projeto e, para isso, é preciso acreditar em si.
Durante o longo trajeto pelo deserto, o povo é chamado a construir uma sociedade em que não há acúmulo, opressão ou desigualdade, pois cada um recebe exatamente o que necessita para viver (maná), aprende na fidelidade de Deus e é chamado a obedecer a seus mandamentos.
E neste sempre renovado êxodo, a palavra do Papa ajuda-nos a encerrar a reflexão: “Portanto, anunciar a Palavra de Deus começa sempre por nos pedir a nós mesmos um renovado êxodo, deixando nossas medidas e as nossas imaginações limitadas para abrir espaço em nós à presença de Cristo – Palavra Eterna do Pai”.
Que neste mês da Bíblia, a Palavra de Deus alargue mais e mais os horizontes, deixando a Palavra criadora recriar no caminho que leva todas as pessoas ao encontro do Pai.


Fontes:
Serviço de Animação Bíblica (SAB) – Paulinas, 2011
Jornal O Diocesano, Diocese de Cachoeiro de Itapemirim - ES 

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sobre a Igreja


“O vinho velho é melhor”. (Lc 5,39)

            A Igreja é a presença do Reino de Deus? Jesus falou do Reino de Deus como uma semente na terra: “Dorme, levanta-se de noite e dia, e a semente brota e cresce... a terra por si mesma produz primeiro a planta, e depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga”. (Mc 4,36-29)

            A Igreja é a presença do Reino de Deus? Ele é a terra disforme e deserta; as trevas e a luz; o firmamento e as águas; a árvore e o fruto; as estações, os anos, a noite e o dia; os seres viventes, pássaros, monstros marinhos e peixes; as feras, os répteis,  homem e a mulher. (Gn 1)
            O Reino de Deus é aquilo que nós conhecemos do universo e que para nós é mistério. Aquilo que cala e vive o silêncio.           
            È êxtase do místico e a contemplação solitária da montanha. È o bem consciente e responsável e o instinto materno dos animais.
            È a viagem de um Papa e a estabilidade monótona de um camponês.
            È a ânsia de paz no coração do homem e a violência magnífica do mar agitado.
            È a caridade das bem-aventuranças e a mansidão daqueles que não têm voz, não podem gritar e dos entristecidos. Não podemos reduzir o sacrifício da cruz e a alegria da ressurreição de Cristo somente homem, ao batizado e à Igreja. Isso, o sabemos, mas quando se trata de aceitar e ajudar a caminhar, a apoiar e a defender o Reino de Deus, corre-se a tentação de ficar do lado dos mais poderosos.
            A Igreja no Reino de Deus é a esposa, a via mestre... È o olhar terno de Cristo, não a plenitude do Cristo... Porque Nele está o presente: o batizado e o ateu; o desesperado e o enforcado; aquele que freqüenta a Eucaristia e o ausente... Desde quando Ele se encarnou e nos redimiu, nada lhe é estranho.
            È a garoa e o sangue do mártir. È o Chico Mendes como Francisco de Assis. È a paixão de Romeu e Julieta como aquela de Catarina de Sena que admoestou até o Papa em sua época.
            Cristo está na Igreja... como a força vital, a pedra angular e o fundamento estável. A sua estatura vive na comunidade dos batizados; mas ultrapassa a estrutura sacramental, ou seja, tudo é sacramento eficaz do seu amor.
            Cristo é livre, mesmo se a sua voz se escuta às vezes com autoridade por parte daqueles que não têm poder sobre Ele. Mesmo se pequeno, humilde, obediente e sacramento institucionalizado... Ele caminha glorioso e despojado para o homem e os cosmos.
            Vai mais além dos conventos e mosteiros, igrejas e catedrais. Encontra-se nas estradas, nos buracos, nas flores e no homem discriminado. No crente e naquela que espera ansioso a sua manifestação gloriosa... Não é panteísmo. È a glória de Deus que tudo preenche.
            A Igreja é a esposa eleita, a via mestra, o doce olhar do Senhor, a sua voz... Mas o Reino de Deus cresce também com aqueles que não estão na Igreja: no ignorante e no sábio famoso. Naquele que tem fome e não sabe como acreditar em quem tem sede e não sabe como rezar.
            O Reino de Deus é mais ‘indefeso’ do que a Igreja. Não possui homens formados, cultos, diplomáticos e consagrados. È a crus nua, obediente como o amor e alegre como a ressurreição.
            È o ritmo da semente sobre o qual ninguém tem poder, ninguém sabe como cresce... è presente, vivo e atual.
            A Igreja é a fortaleza onde o depósito da Palavra de Deus é guardado e bem interpretado. Mas quem planta, semeia, irriga e faz crescer... é o semeador desconhecido (Mc 4) que arando a terra do Reino de Deus, se faz semente, chuva, consolação e dom.


Ver. Arquimandrita Theodoro de Oliveira
Fundador F.M.C. / www.splaghynia.com

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Agosto: Mês Vocacional

       Para nós, católicos, o mês de agosto é conhecido como vocacional. A palavra vocação faz muitos pensarem que isso é “coisa” de padre e irmã, porém, o termo é bem mais amplo e não se restringe a uma ou outra vocação. Sabemos que é Deus que chama, este chamado leva em conta a pessoa em sua totalidade, começando pelo nome, passando pela família e pela sua história. Nada fica de lado em sua vida. Todos são chamados, todos são convidados a responder ao Deus da vida. Precisamos descobrir como responder a este convite divino. È normal que por vezes sintamos medo de errar ou não nos consideramos capazes de responder. Porém, se Deus chama para algo é porque somos capazes, Aquele que nos criou nos conhece profundamente. Deus não escolhe apenas um “tipo” de pessoa, mas, seu chamado é para todos, sem exceção.
           
Propostas:
            Os caminhos que Deus propõe a cada pessoa têm ligação com a harmonia da criação. Vejamos: 1. “...E Deus disse: crescei e multiplicai-vos...” (Gn 1,28). Para isto acontecer, Ele convida pessoas, que através do amor mútuo, numa vida a dois, dêem vida e novos seres – é a Vocação ao Matrimônio. 2. O ser humano é composto de corpo e espírito; ambos convidados a crescerem e a se desenvolverem no seu todo. Para o corpo temos o alimento, mas alguém deve ocupar do nosso aspecto espiritual. Eis então, que alguns são chamados à Vocação Sacerdotal, com missão de cuidar do ser humano como um todo. 3. O ser humano foi criado para a eternidade que herdou como filho e filha de Deus pelo batismo. Quem irá nos lembrar disso? São as pessoas que Deus chama à Vida Consagrada (Mt 19,21). Os religiosos e as religiosas, com seu testemunho de vida na prática dos Conselhos Evangélicos de pobreza, castidade e obediência, continuamente lembram a todos que esta vida passa e que é preciso viver de acordo com a Lei de Deus, para alcançar a vida eterna – é a Vocação à Vida Consagrada. 4. E temos ainda a Vocação Laical. São homens e mulheres, casados ou solteiros que, sentindo um chamado especial de Deus, colocam-se a serviço dos irmãos e irmãs, nos âmbitos da Igreja e mesmo da sociedade: são os/as catequistas, liturgistas, ministros... e todos os que se dedicam às instituições de caridade.
            Deus pôs no coração de cada um, o insaciável desejo de felicidade. Colocou e ainda coloca diante da pessoa, vários caminhos para que, conhecendo-os possa escolher, e assumindo-os, possa encontrar a sua realização.




Rosa Clara Franzoi, MC, é animadora vocacional
Patrick Gomes Silva, imc, é diretor do Centro Missionário José Allamano

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fé...Louvor e Adoração - Castelo - ES

       Mais de 70 mil pessoas estiveram presente em Castelo para celebrar com muita Fé a Solenidade do Corpo e Sangue de Jesus Cristo.
       Com muito brilho e com temas atuais, os tapetes levaram ao povo, um momento de reflexão sobre os problemas existentes em nossa sociedade contemporânea . E também a devoção dos fiéis neste momento foi de muito louvor, Fé e Adoração...A festa de Corpus Christi foi encerrada com Missa Solene presidida por nosso Administrador Diocesano Pe. Antonio Tatagiba Vimercat e co-celebrada pelos padres da Paróquia Nossa Senhora da Penha e demais padres da região. 
       Quem esteve presente pôde adorar com muito amor, Jesus na Hóstia Santa.  
       Sem duvida este momento foi de Fé, Louvor e Adoração.